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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Interior... romantismo... ideal


O som do sino toca em uma igreja no alto de uma ladeira. Um aviso aos moradores que alguém entrou por uma porta que poucos desejam.
As pessoas se encontram durante a caminhada e na porta das suas casas. Conversam, sorriem, choram, pulam de um assunto para outro com extrema facilidade.
O sol ilumina as lágrimas que entram em decadência com as lembranças, mas todos acreditam no tempo. As esculturas se tornam amarelas e vivas, beijando o horizonte e cada estranho que passa por ali... Cada montanha em sua singularidade consegue decorar essa cena.
A multidão aos poucos sobe a rua passando por casas antigas, chafariz, museus e pelo passado. Como soldados, vão seguindo militarmente em sentido ao mesmo ponto central daquele fim de tarde, olhando pra cima. Alguns cansados, outros sentem uma imensa expectativa de presenciar o que já estão cansados de ver. Um rolo de filme ao revés no olhar demonstra isso!
Mais um polegar levantado para a sociedade do espetáculo.
È cômico, pois todos irão passar por isso. Esses também se tornarão um objeto intrigante para alguns, mas basicamente de adoração e lamentação.
O tempo para os que conversam sobre assuntos subjetivos passa mais depressa. Tempo que atura esses olhares míopes, sujos e cínicos que juntamente se completam nas bocas que balbuciam palavras de suposto apoio.
Finalmente reunidos na parada das coroas, ninguém diz mais nenhuma mísera palavra. Alguns observam, enquanto outros caminham em linha reta deixando suas mentiras, sinceridades, mágoas e alegrias.  
Dentro, a decoração barroca parece tornar a cena uma propriedade da sua história.
Ao lado esquerdo, objetos, memórias, e o pedaço de cada morador. Não há verdade que sustente as sentenças roubadas de um ladrão de flores roxas.
Estranhos se cumprimentam com cordialidade em um lugar tão antigo quanto a decadência humana.
Todos pensam que precisam de você, mas o que não é descartável ou substituível nesse satélite?
Pra quem conhece bem, essa cena torna-se surreal e não há o que reparar muito menos o que expressar por um sentimento ínfimo e burlesco.
Por fim, velas são acesas, esperanças renascem e a dor é previamente aceita.

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